.: diário de ensaios #7
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um blog, aqui. uma peça, atualmente em cartaz. um filme, em algum lugar do futuro. músicas e sentimentos, em toda parte.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

diário de ensaios #7


no nosso último dia antes de um breve intervalo, a obsessão patológica (patológica?) do Decálogo VI (Não Cometerás Adultério, ou, posteriormente, Não Amarás), com suas intrincadas e complexas redes de castração, desamparo, ilusão e culpa, muita culpa.

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depois, cenas.

Mayara nos trouxe ação e personagem e fabulações sobre doces e amor e espera (e amores doces, ou docemente amargos?).

e duas músicas: You Make My Dreams


e Here Comes Your Man



Victor nos deu imagens (de cortar os pulsos): sua mão tatuata na minha pele e sentimentos que ganham vida própria, escorrem (e derretem-se?) como gelo, furtivos e fugazes (no assoalho da sala). será que eu sei dançar tão devagar pra te acompanhar?

Dois Pra Lá e Dois Pra Cá...



Kauê construiu relações: frágeis, divertidas e assustadoras como bexigas. maleáveis. vermelhas.

(com Joga, paisagens emocionais e estados de emergência.)

depois, descascou-se.


e para terminar, dividiu textos seus:

Eu ainda penso em você. Por mais que eu finja, fuja e fale que não, ainda tem um pouquinho de você na mesa do café, naquele copo que você gostava, sabe? Ainda tem um pouquinho de você na tela que eu pinto. No lado mais fundo do colchão, não que você seja gorda…. Ainda tem você. No sonho, no frio, no medo. No desejo. Tem você em cabelos no chão do meu banheiro. Tem você no barulho do chaveiro abrindo a porta. Tem você no cheiro da minha camisa. Tem gestos seus nos meus. No meu gosto. Na minha língua. Então se tiver desistido daquele sonho, se já viveu tudo o que queria, se já quebrou a cara, chorou, amou, se já se deu descobriu o que você tá procurando, enfim, se já estiver pronta, por favor me procure, assim rapidinho, só pra eu ter certeza que aquela que deixou os cabelos no meu travesseiro já não é a mesma, que aquela que deixou os cabelos talvez tenha sido inventada por mim e que talvez nunca tenha existido. Me procure, pra que eu possa também ser outro.

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